Organização Internacional do Trabalho prevê que existirão mais 15 milhões de desempregados em 2010 do que em 2007, só nos países desenvolvidos.
O trabalho em tempo parcial (part-time) aumentou nos países mais atingidos pela crise, mas diminuiu em Portugal, revela o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Nesta análise sobre as tendências mundiais do emprego para este ano, intitulado «Tendências Mundiais do Emprego 2011», a OIT destaca o rápido crescimento do trabalho em part-time nas economias desenvolvidas durante a crise e salienta que esta tendência se tem mantido, apesar da recuperação económica, «contrariamente ao que seria de esperar, tendo em conta a natureza contra-cíclica» deste tipo de emprego, como se lê no documento citado pela Lusa.
Nos países que foram fortemente afectados pela crise, a taxa de part-time aumentou consideravelmente: a Estónia, a Letónia e a Turquia estão entre os países cujo Produto Interno Bruto (PIB) mais diminuiu e registaram também grandes aumentos na taxa de emprego a tempo parcial.
No entanto, em Portugal, tal como em França e na Alemanha, a taxa de emprego em tempo parcial recuou.
Economia recupera, mercado laboral não
Além disso, o estudo adianta que a recuperação do mercado de trabalho está a ser mais lenta do que o crescimento económico, apontando para a existência de 205 milhões de desempregados em 2010.
Este número é praticamente idêntico ao do ano anterior, com a taxa de desemprego a manter-se nos 6,2%, acima dos níveis pré-crise de 2007 (5,6%).
A elevada taxa de desemprego contrasta, no entanto, com a recuperação económica evidenciada por indicadores como o PIB, o consumo privado, o investimento bruto e as trocas comerciais que ultrapassaram os níveis pré-crise em 2010.
«Muitas economias não estão a gerar suficientes oportunidades de trabalho para absorver o aumento da população em idade activa», refere a OIT, destacando que o rácio que mede a capacidade de gerar emprego de um país ou região desceu de 61,7% em 2007 para 61,2% em 2009, estimando-se que fique nos 61,1% em 2010.
Só nos países desenvolvidos, a taxa de desemprego subiu 8,8% no ano passado, sendo os jovens os mais afectados pela crise.
Houve uma recuperação desigual dos mercados de trabalho, com o desemprego a aumentar na União Europeia, Canadá, EUA, Austrália, Nova Zelândia, Israel, Japão, Islândia, Noruega e Suíça. Já na maioria dos países em desenvolvimento o cenário é de estabilidade ou melhoria ligeira.
A OIT prevê que o desemprego deve descer ligeiramente em 2011, mas ainda assim existirão mais 15 milhões de pessoas sem trabalho nos países desenvolvidos do que em 2007.
Fonte: Agência Financeira
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