quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Portugal dá 1º passo para transferir tecnologia do Magalhães

Portugal vai dar o primeiro passo, nos próximos seis meses, para a transferência de tecnologia de computadores portáteis para a Venezuela, permitindo a montagem local, disse o administrador da empresa Youtsu.
A Youtsu é um consórcio formado pela Prológica e pela JP Sá Couto, fabricante dos portáteis Magalhães.
“Até agora nós fornecemos ao Governo da Venezuela 875 mil computadores para o projeto de educação ‘Canaima’ (nome local do ‘Magalhães’) e assinámos um protocolo de fornecimento de mais 520 mil computadores para os estudantes e de mais 30.000 para professores”, disse João Pinto Sousa.
O responsável da Youtsu falava à Agência Lusa ao finalizar a assinatura de uma extensão dos acordos com a Venezuela, no âmbito da 5. reunião da Comissão Mista de Acompanhamento Bilateral que decorreu em Caracas.
“Também está protocolado, no acordo de hoje, o fornecimento de 20 mil computadores em ‘kit’ para começarem a ser montados na Venezuela, ou seja, já começamos a dar o primeiro passo para a transferência de tecnologia de modo a que o povo da Venezuela tenha capacidade para começar a montar os seus próprios computadores”, disse.
João Pinto Sousa afirmou que a nova entrega de portáteis terá lugar no prazo de seis meses e durante esse tempo vai decorrer também a transferência de tecnologia, num processo que será um pouco mais demoroso.
No seu entender, o portátil português “é indiscutivelmente uma máquina com bastante performance de tecnologia de ponta”, consistindo o objetivo em ter sempre a melhor máquina ao melhor preço, um processo que aconteceu com o Magalhães.
Este portátil vai na terceira versão, evolui para a quarta e “em todas estas versões aconteceu sempre uma melhoria de tecnologia e uma redução de preço”.
“Nós, em Portugal, tivemos a vantagem de ser os primeiros a fazer e por isso fizemos um projeto que neste momento é exemplo a nível mundial. A produção de conteúdos neste momento é uma realidade na Venezuela, cresceu bastante no último ano e é claramente um exemplo a seguir, porque estão a produzir conteúdos não só para a Venezuela, mas que podem ser reaproveitados ou reutilizados”, disse.
Segundo o administrador da Youtsu, “o Governo da Venezuela teve a visão de arrancar também com um projeto destes que, neste momento, pelo volume que está a atingir, é um projeto pioneiro e no resto da América do Sul há uma série de seguidores”.
A Venezuela ocupa o 1º lugar no ranking das exportações portuguesas do Magalhães, sublinhou. O responsável explicou que há projetos que estão a arrancar agora com bastante força, nomeadamente em países como o Brasil e a Argentina, que dada a sua “dimensão têm uma expressão muito significativa”.
Acrescentou que há projetos semelhantes em São Vicente e Granadinas, Uruguai, Bolíva e Equador.
Segundo João Pinto Sousa, a Youtsu está a participar atualmente em vários concursos na América do Sul, África e Europa.
“O sucesso está primeiro porque temos um ecossistema de educação, ou seja, não falamos só em máquinas e Portugal foi claramente um bom laboratório e bom exemplo de boas práticas de educação”, afirmou.

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