terça-feira, 26 de outubro de 2010

Portugal está à frente em inovação no Sul da Europa


O presidente do BES, Ricardo Salgado, destacou hoje que o investimento na ciência nas últimas duas décadas permitiu que Portugal ultrapassasse países como a Grécia, Itália e Espanha nos indicadores relativos à inovação.


"O investimento na ciência, maioritariamente público, acabou por estimular investimento privado, trazendo Portugal do grupo dos países europeus mais atrasados em ciência, tecnologia e inovação, para o grupo dos inovadores moderados, à frente da Grécia, Itália e Espanha", afirmou o banqueiro, citando os dados do European Innovation Scoreboard publicado pela Comissão Europeia em Abril.

Salgado falava durante a cerimónia de apresentação dos vencedores da sexta edição do Concurso Nacional de Inovação BES, que decorreu hoje em Lisboa, com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

Este ano o grande vencedor foi o projecto da Universidade do Minho, Drops in Lotus, liderado por João Mano, que, tendo por base o funcionamento da natureza, apresenta uma tecnologia inovadora que abre caminho à concepção e desenvolvimento de novos produtos em sectores tão variados como a biomedicina, a medicina regenerativa, a indústria farmacêutica, alimentar, cosmética e agrícola.

"Há algumas áreas de conhecimento em que emergem cientistas de Portugal e grupos de investigação com reconhecimento e visibilidade a nível global", elogiou o presidente do Banco Espírito Santo (BES).

A tecnologia premiada em 2010 recorre ao uso de superfícies sintéticas extremamente repelentes a líquidos, baseadas em alguns exemplos encontrados na natureza, como a folha do lótus, para produzir partículas sólidas praticamente esféricas, de uma forma económica e ambientalmente atractivas.

Na categoria clean tech o vencedor foi o projecto FotOrg (Fotovoltaicos Orgânicos de baixo custo) da Nanolayer Coating Technologies, representada por Luís Ribeiro Pereira.

O Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, representado por José Graça, foi galardoado na categoria Biotecnologia e Agro-industrial com o projeto Super Libid (Lípidos da suberina da cortiça).

Nas Tecnologias da Saúde a vencedora foi a empresa Acellera Therapeutics, com uma nova terapia celular para tratamento da rejeição de transplantes de fígado, encabeçada por David Cristina.

Por último, na categoria Economia Oceânica, o vencedor foi o Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), do departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, representado por Ricardo Calado, com o projecto FishCare, que pretende lançar a base para a certificação de produtos com origem na água.

A edição deste ano contou com 196 concorrentes e, desde que foi criado, em 2004, o concurso contou com 1.059 projectos participantes, dos quais 33 foram vencedores, tendo sido atribuídos prémios num valor global superior a 2 milhões de euros.
Fonte: Oje- o Journal Economico

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